quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Greve dos bancos e correio preocupa araponguenses



Araponguenses ficam revoltados ao serem  impedidos de sacar dinheiro do caixa eletrônico

Elaine Gonçalves

Com a greve dos Correios e dos bancários, os consumidores devem ficar atentos com as datas de vencimento das contas. Segundo os órgãos de defesa do consumidor, a paralisação dos serviços não tira a obrigação de pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança. Essa é uma das preocupações dos araponguenses, que na tarde de ontem não conseguiram nem sacar dinheiro pelo caixa eletrônico. Revoltados, houve até manifesto  nas rede sociais.
“Se os bancos querem fazer greve tudo bem, mais fechar os caixas eletrônicos e não nos deixar sacar nem pagar contas, ai também já é demais”, desabafou uma internauta.
A dona de casa Vânia Silva, diz estar preocupada, porque o boleto do seguro obrigatório do carro da família, não chegou em sua casa e teria que pagar direto no banco. “ Agora com os bancos em greve, é mais uma conta que irá atrasar e quem sai prejudicado nisso somos nós, que não poderemos nem sair de carro”, lamentou Vânia.
O Procon orienta que o  consumidor deve esgotar todas as possibilidades de atendimento pelos meios normais e alternativos. No caso da greve dos Correios, que começou ontem, o não recebimento da conta não isenta da cobrança de multas e juros para pagamentos fora do prazo. 
É preciso negociar com a empresa outra forma para fazer o pagamento, como emissão de segunda via ou depósito em conta. “Se ela não oferecer outra forma de pagamento, deve prorrogar o vencimento”, orienta o Procon.
Ao entrar em contato com a empresa, é importante anotar o protocolo de atendimento, o dia e a hora desse contato. Caso o fornecedor não ofereça alternativa para o pagamento, o consumidor poderá questionar a incidência de juros ou multa sobre a sua fatura.
Para quem precisa pagar contas vencidas no caixa, a recomendação da especialista é entrar em contato com o gerente do banco para tentar quitar a dívida. Nesse caso, não há como fugir dos juros e multas.
A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)provocou a suspensão, desde a tarde de ontem (19), dos serviços prestados com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta. Anunciada pela própria empresa, a suspensão vale inicialmente para a Grande São Paulo e para os estados do Paraná e do Tocantins, além do Distrito Federal.
A paralisação atinge 20 das 27 unidades da Federação. Segundo a direção dos Correios, 10,7 mil trabalhadores pararam suas atividades no primeiro dia do movimento, o que corresponde a 9% dos 120 mil funcionários da empresa. Já o comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) estima uma adesão média de 60% nos estados que deflagraram o movimento
Um funcionário do Correio de Arapongas, adiantou, em entrevista à Gazeta da Cidade, que ontem(20), as assembléias de greve devem analisar e votar a apresentação de uma nova proposta por parte da categoria. A contraproposta seria baseada em uma sugestão feita ontem pela ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em audiência na sede do tribunal, a ministra propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, reajuste de 8,84% do vale-alimentação e a manutenção das demais cláusulas sociais atualmente em vigor, além da compensação dos dias de paralisação.
Segundo o funcionário, o principal objetivo seria aumentar o piso da categoria. O salário inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942. Com a proposta de 5,2% feita pela originalmente pela empresa, passaria a R$ 991. Pela contraproposta a ser votada pelas assembleias, subiria para R$ 1.070. "Estamos demonstrando boa vontade desde quando adiamos a greve, na semana passada, e agora, quando, ao contrário da empresa, insistimos na negociação", disse. "A população precisa ser solidária aos trabalhadores dos Correios."
"Para garantir a entrega de cartas e encomendas à população, a empresa está adotando medidas como realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de horas extras e mutirões nos finais de semana", reiteraram, em nota, os Correios.
A greve dos bancários deve prosseguir pelo menos até sexta-feira (21), segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade filiada à CUT (Central única dos Trabalhadores) que reúne sindicato dos bancários de vários Estados.
De acordo com o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, a falta de uma nova proposta impede o fim da greve. "Pelo menos até sexta-feira a greve deve continuar. Hoje, não tem acordo nenhum. A Fenaban não deu sinal de vida até agora", diz. A Fenaban é a entidade que representa os bancos.
A paralisação inclui tanto bancos públicos quanto privados. No ano passado, a categoria ficou em greve por 21 dias.
Segundo Cordeiro, os líderes estaduais precisam se encontrar em São Paulo para negociar, o que impede um imediato retorno dos bancários ao trabalho.
"Se a Febraban não nos chamar com uma nova proposta para negociação, a greve poderá se estender até a próxima semana", afirma.
5.132 agências fecham no 1º dia de greve
Os bancários fecharam nesta terça-feira (18) pelo menos 5.132 agências e centros administrativos dos bancos em 26 Estados e no Distrito Federal, primeiro dia da greve.
Segundo o sindicato, a paralisação começou mais forte que a do ano passado, quando 4.191 agências foram atingidas no primeiro dia. A greve durou 21 dias em 2011. 

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