segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Alunos da Unopar criam bebedouro para deficientes visuais

Três alunos do curso de Engenharia Elétrica da Unopar aceitaram um desafio feito por um professor e acabaram inventando um bebedouro adaptado para cegos. Josiel Machado Bomfim, Paulo Henrique Ranutti, André Sergio da Silva e Éder Goularte Ferreira tinham uma proposta de trabalho para calcular o volume de algum objeto ou o centro de gravidade de alguma peça através de integrais, uma disciplina do segundo semestre do curso.
Josiel conta que foi dormir uma noite pensando nisso e acordou com sede. Sozinho na cozinha, no escuro, em vez de acender a luz, ele começou a pensar como uma pessoa cega faria para beber água. Mesmo que ela achasse o bebedouro pelo tato, como saberia quando o copo estivesse cheio? A curiosidade foi o início de uma pesquisa que durou dois meses.
“Nosso maior desafio foi encontrar um sensor capaz de identificar o copo e também transcrever o programa para a baixa linguagem usada no computador”, conta Josiel. Além de um bebedouro perfeitamente adaptado, que emite um sinal sonoro assim que o copo fica cheio, os alunos também criaram e desenvolveram um símbolo específico para ‘bebedouro’ em piso tátil, que pode ser facilmente percebido por um deficiente visual.
Na prática, eles tiveram a ajuda de Luiz Carlos de Oliveira, tio de um dos alunos. “Ele não enxerga e nos ajudou fazendo testes para garantir a eficiência do bebedouro e também do piso tátil”, explica Josiel. Finalmente, os resultados foram aprovados.
“Todos os nossos professores foram muito positivos, especialmente a professora Jenai Cazzeta, que além de nos incentivar, doou uma calculadora HP 50G para que fizéssemos uma rifa a fim de conseguir dinheiro para patentear o nosso trabalho”, agradece Josiel.
Funciona assim: seguindo o piso tátil, o deficiente visual chega ao bebedouro. Pelo tato ele localiza o copo, coloca embaixo da torneira e aperta o botão para encher.
Depois é só aguardar um sinal sonoro que indica que o copo está cheio. “Caso a pessoa se distraia e esqueça o copo ali, o bebedouro emite uma série de apitos para lembrar que o copo já está cheio”, acrescentam. O que eles querem agora é divulgar a ideia e ver o bebedouro instalado em locais públicos: bancos, rodoviárias, teatros, estabelecimentos de ensino. De acordo com os alunos, o custo de cada bebedouro adaptado é de R$ 600 reais, incluindo o preço de um purificador novo de água. Eles também acreditam que o símbolo criado por eles para o piso tátil será incorporado às calçadas: “Sem essa sinalização é pouco provável que o deficiente encontre o bebedouro”, indicam.
Mais do que vencer o desafio dado pelo professor, os alunos ficaram empolgados com a percepção de criar uma coisa que pode tornar mais fácil a vida de outras pessoas: Foi extremamente gratificante e empolgante perceber que podemos fazer grande diferença na vida de gente como o senhor Luiz Carlos, que ficou feliz de participar do projeto conosco”, concluem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário