terça-feira, 27 de maio de 2014

Traficante que construía submarino foi ligado a Escobar

Agência de Estado

A Polícia Federal (PF) prosseguiu nesta segunda-feira nas buscas pelo líder da quadrilha de tráfico internacional de drogas que começou a ser desarticulada na sexta-feira (23) em Goiás e mais seis Estados, palcos da Operação Águas Profundas. O nome da operação foi inspirado na sofisticação da organização criminosa, que estava construindo um submarino, comprando uma aeronave de grande capacidade, um Boeing 737, e planejando montar uma companhia aérea comercial para transportar a droga até Estados Unidos, Espanha, França, Emirados Árabes e África. 
O líder vivia no município de Goiatuba, cidade do interior goiano. Ele conseguiu escapar, mas além de buscas hoje por Goiás, São Paulo e Minas Gerais, um alerta internacional foi feito para a Interpol desde a sexta, visando sua identificação e prisão em qualquer país. A PF vinha monitorando o suspeito e teria comprovações de que ele não havia fugido para outro país ainda. 
A investigação mostrou que o líder trabalhou com o traficante colombiano Pablo Emílio Escobar Gaviria, o Pablo Escobar, um dos fundadores do Cartel de Medelín, morto em 1993 após ficar bilionário com o tráfico de cocaína e ser reconhecido como um dos maiores e mais estratégicos traficantes do mundo. 
A estimativa da PF é de que a quadrilha com sede em Goiás e ramificações em vários Estados e países movimentasse por semana cerca de R$ 5 milhões. Com isto, ergueu um império com mais de 46 imóveis, envolvendo 1 hotel, apartamentos na praia, nove fazendas, empresas agropecuárias e até uma mineradora na África. Os bens dos criminosos, avaliados em mais de R$ 100 milhões, foram alvo de sequestro e bloqueio judicial. 
Era no garimpo africano que a quadrilha pretendia construir o submarino que já tinha até projeto. A embarcação seria inspirada em experiências de traficantes de outros países, como os do México. Os líderes da quadrilha chegaram a visitar alguns destes estaleiros antes. A supervisão da obra seria feita por engenheiros colombianos. 
Segundo a investigação, quando o submarino estivesse pronto, a rota da droga seria a seguinte: sairia da Venezuela até o Suriname, onde seria transferida para embarcações menores. Em alto-mar, seria transferida novamente, desta vez para o interior do submarino, seguindo com destino ao continente africano, de onde seria redistribuída em navios ou barcos para os mercados da quadrilha. 
Dos mandados de busca e apreensão a serem efetuados, os agentes haviam cumprido 85 até a manhã de hoje, além de outros quatro mandados de prisão dos dez que foram expedidos pela Justiça Federal, segundo divulgou o delegado responsável pela operação, Bruno Gama. Também houve a apreensão de 13 veículos, armas e dinheiro.

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