O
marido da vitima, Fabiano, é apontado pela investigação da polícia como o
mentor intelectual do crime
Elaine
Gonçalves
“Não
queremos vingança, queremos justiça”. É o que espera a família da jovem
Marisol,que foi morta dentro de sua casa.
O julgamento marcado para o dia 22 de abril as 9h, é esperado pela família há 9
anos. A previsão é que o julgamento dure quatro dias
Essa
é a segunda vez que o julgamento foi
marcado. No ano passado, o julgamento foi adiado. A decisão judicial ocorreu porque o advogado londrinense João
Gomes dos Santos Filho, que defende os gêmeos Fabiano e Fábio Marchi Vieira de
Gouvêa, acusados pelo crime, pediu o desaforamento junto ao Tribunal de Justiça
(TJ). O juiz da comarca, Amarildo Clementino Soares, acabou optando pela
suspensão, uma vez que, em tese, haveria o risco de uma anulação do júri em
segunda instância.
“ O advogado deles pediu para ser um júri
sem lágrimas e sem vingança. Sem lágrimas
será difícil, não precisa olhar para o sofrimento da nossa família, apenas
fechar os olhos e escutar o que aconteceu. Quanto a vingança, nós nunca
buscamos isso, o que esperamos é que nesse
dia seja feita justiça”, disse, Paula.
Marisol
que estava grávida de sete meses foi
morta a facadas em sua casa no dia 03 de abril de 2004. O marido dela, Fabiano,
na época com 25 anos, é apontado pela investigação da polícia como o mentor
intelectual do crime, que foi executado pelo seu irmão gêmeo Fábio. Na época, Fabio ficou foragido por 8 meses e só
foi encontrado graças a exibição do caso no Programa Linha Direta,que era
exibido na época.
Paula
foi a primeira pessoa a encontrar a irmã na noite do crime. “ No inicio a gente
não queria acreditar no que estava acontecendo. Tentamos fugir da verdade, porque minha irmã conviveu com
ele durante sete anos, e ela estava esperando uma filha dele. Como que ele
podia ter planejado de maneira tão fria, um crime contra própria mulher e
contra a propria filha?”, desabafou.
O
motivo do crime, segundo a denúncia do Ministério Público, seria a tentativa de
receber o prêmio de aproximadamente R$ 700 mil de três seguros dois feitos em
Portugal e um aqui no Brasil, dois meses antes da morte da jovem.
Fabiano
e Marisol estavam casados há um ano e moraram em Portugal, onde os seguros
foram feitos. Eles haviam voltado para Arapongas um mês antes do fato. Os
gêmeos não assumem a autoria do crime. Eles alegaram ter ocorrido um latrocínio
(roubo seguido de morte), porque teria sumido mais de R$ 8 mil que tinham em
casa.
Segundo
informações da família, esse dinheiro não estava na casa na noite do crime,
pois a própria Marisol dias antes de
morrer, teria reclamado que o dinheiro que o casal juntou em Portugal estaria na
casa da sogra. O autor do crime só teria levado da casa, um Playstation, uma
caixa com cds e a aliança da vitima. Todos os outros pertences de valor foram
ignorados pelo assassino.
Uma
das testemunhas que deram depoimento na época, diz ter ouvido a vitima gritando
e achou que era briga de casal, porque a jovem Marisol
se referia a pessoa como se a conhecesse. “ Uma das coisas que a testemunha relatou é que ela perguntava para outra pessoa se ela tinha
perdido o juízo e o porque estava
fazendo aquilo”, disse Paula.
A
jovem Marisol tinha vários hematomas no
corpo, exceto na barriga. Até no calcanhar da jovem tinha marcas da
agressão. “ A barriga foi o local que
ela protegeu o tempo todo, enquanto apanhava” contou Paula.
Os dois ficaram três anos presos,
conseguiram habeas corpus e ganharam direito a responder o processo em
liberdade condicional, porque o julgamento não havia sido marcado.
Depois
de muito sofrimento, a família espera encerrar esse triste ciclo com um
resultado onde a justiça tenha sido
feita.
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