quinta-feira, 7 de março de 2013

Caso Marisol: Familia espera que a justiça seja feita no julgamento marcado para abril




O marido da vitima, Fabiano, é apontado pela investigação da polícia como o mentor intelectual do crime


Elaine Gonçalves

“Não queremos vingança, queremos justiça”. É o que espera a família da jovem Marisol,que foi  morta dentro de sua casa. O julgamento marcado para o dia 22 de abril as 9h, é esperado pela família há 9 anos. A previsão é que o julgamento dure quatro dias
Essa é a  segunda vez que o julgamento foi marcado. No ano passado, o julgamento foi adiado. A decisão judicial  ocorreu porque o advogado londrinense João Gomes dos Santos Filho, que defende os gêmeos Fabiano e Fábio Marchi Vieira de Gouvêa, acusados pelo crime, pediu o desaforamento junto ao Tribunal de Justiça (TJ). O juiz da comarca, Amarildo Clementino Soares, acabou optando pela suspensão, uma vez que, em tese, haveria o risco de uma anulação do júri em segunda instância.
 “ O advogado deles pediu para ser um júri sem  lágrimas e sem vingança. Sem lágrimas será difícil, não precisa olhar para o sofrimento da nossa família, apenas fechar os olhos e escutar o que aconteceu. Quanto a vingança, nós nunca buscamos isso,  o que esperamos é que nesse dia seja feita justiça”, disse, Paula.
Marisol que estava  grávida de sete meses foi morta a facadas em sua casa no dia 03 de abril de 2004. O marido dela, Fabiano, na época com 25 anos, é apontado pela investigação da polícia como o mentor intelectual do crime, que foi executado pelo seu irmão gêmeo Fábio. Na  época, Fabio ficou foragido por 8 meses e só foi encontrado graças a exibição do caso no Programa Linha Direta,que era exibido na época.
Paula foi a primeira pessoa a encontrar a irmã na noite do crime. “ No inicio a gente não queria acreditar no que estava acontecendo. Tentamos fugir  da verdade, porque minha irmã conviveu com ele durante sete anos, e ela estava esperando uma filha dele. Como que ele podia ter planejado de maneira tão fria, um crime contra própria mulher e contra a propria filha?”, desabafou.
O motivo do crime, segundo a denúncia do Ministério Público, seria a tentativa de receber o prêmio de aproximadamente R$ 700 mil de três seguros dois feitos em Portugal e um aqui no Brasil, dois meses antes da morte da jovem.
Fabiano e Marisol estavam casados há um ano e moraram em Portugal, onde os seguros foram feitos. Eles haviam voltado para Arapongas um mês antes do fato. Os gêmeos não assumem a autoria do crime. Eles alegaram ter ocorrido um latrocínio (roubo seguido de morte), porque teria sumido mais de R$ 8 mil que tinham em casa.
Segundo informações da família, esse dinheiro não estava na casa na noite do crime, pois a própria  Marisol dias antes de morrer, teria reclamado que o dinheiro que o casal juntou em Portugal estaria na casa da sogra. O autor do crime só teria levado da casa, um Playstation, uma caixa com cds e a aliança da vitima. Todos os outros pertences de valor foram ignorados pelo assassino.
Uma das testemunhas que deram depoimento na época, diz ter ouvido a vitima gritando e achou que era briga de casal, porque a jovem  Marisol  se referia a pessoa como  se a  conhecesse. “ Uma das coisas que  a testemunha relatou é que ela  perguntava para outra pessoa se ela tinha perdido o  juízo e o porque estava fazendo aquilo”, disse Paula.
A jovem Marisol tinha vários hematomas no  corpo, exceto na barriga. Até no calcanhar da jovem tinha marcas da agressão. “ A barriga foi  o local que ela protegeu o tempo todo, enquanto apanhava” contou Paula.
Os dois ficaram três anos presos, conseguiram habeas corpus e ganharam direito a responder o processo em liberdade condicional, porque o julgamento não havia sido marcado.
Depois de muito sofrimento, a família espera encerrar esse triste ciclo com um resultado onde  a justiça tenha sido feita.




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