quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Indústrias e prefeituras debatem reciclagem de embalagens


Reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, nesta terça-feira (29), discutiu formas de destinar corretamente embalagens. Participaram representantes dos 86 municípios responsáveis por 90% dos resíduos gerados no estado e sindicatos, indústrias e associações responsáveis pela geração de diferentes tipos de resíduos.
Foi discutido como separar, reciclar e destinar corretamente embalagens pós-consumo de produtos de limpeza, de higiene pessoal, de refrigerantes, de bebidas não alcoólicas, de alimentos, pneus e lâmpadas adquiridos e descartados diariamente no Paraná.
O R20, que reúne representantes dos municípios que mais geram resíduos, foi criado pelo governador, Beto Richa, para auxiliar na busca de soluções para coleta seletiva e reciclagem de materiais que apresentam dificuldade de escoamento. O grupo, que é um dos braços do Programa Paraná sem Lixões, é coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, reforçou aos gestores municipais que integram o R20 a importância da elaboração dos planos de resíduos e a formação de consórcios intermunicipais para o repasse de recursos e acesso a linhas de crédito, destinados ao manejo de resíduos sólidos e serviços de limpeza pública.
“São condições que estão previstas na Lei Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/10) e as cidades paranaenses que tiverem um planejamento serão priorizadas em programas de financiamento”, alertou. O secretário lembrou, que o Paraná possui mais de 200 municípios com menos de 10 mil habitantes e que não dispõem de recursos para a destinação adequada do lixo. “O sistema de consórcios é uma saída econômica,
tecnicamente viável e com facilidades de gestão”, destacou Cheida. O gerenciamento e o tratamento dos resíduos sólidos é responsabilidade constitucional dos municípios.
DADOS - O Paraná gera em média 0,9 quilo de resíduos diário por habitante, totalizando 3,45 milhões de toneladaspor ano. Deste total, 56,5% dos resíduos gerados é matéria orgânica, 26% são resíduos recicláveis e apenas 17,5% são considerados rejeitos. O Plano de Resíduos Sólidos do Paraná aponta que apenas 40% das cidades possuem planos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos e muitos precisam ser atualizados.
O secretário de Meio Ambiente de Guarapuava, Celso Alves de Araújo, lembrou que, conforme a legislação, os municípios devem se organizar na busca de soluções para os resíduos. “A reunião do R20 é fundamental para discutirmos a responsabilidade compartilhada, ou seja, o que é papel das administrações municipais, o que é papel das indústrias e como os cidadãos podem contribuir com a reciclagem”, destacou Celso.
A região de Guarapuava foi a primeira do Paraná a formar um consórcio - formado por 11 cidades e que irão compartilhar ações integradas de educação ambiental, coleta seletiva, compostagem e disposição final de resíduos.
INDÚSTRIAS - As indústrias, conforme prevê a legislação, também são responsáveis pela coleta e destinação dos resíduos que disponibilizam no mercado. “A Fiep tem trabalhado em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente para sensibilizar os industriais sobre a importância da logística reversa dos resíduos”, enfatizou o coordenador de resíduos sólidos da Secretaria do Meio Ambiente, Laerty Dudas.
Apresentaram seus planos de logística reversa de resíduos a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético (Abipech), Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux),
da Sindicato das Indústrias de Cacau e Balas, Massas Alimentícias e Biscoitos de Doces e Conservas Alimentícias (Sincabima), Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Associação Brasileira das Indústrias de Limpeza e Afins (Abipla) e importadores de pneus.
O vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, declarou que o setor produtivo está avançando muito na área ambiental. “Promovemos seminários sobre a emissão de gases de efeito estufa, estamos discutindo a descentralização do licenciamento ambiental e, agora, nos dedicamos a elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos industriais”, enumerou Rommel, que também preside o Sindicato das Indústrias de Cacau e Balas, Massas Alimentícias e Biscoitos de Doces e Conservas Alimentícias (Sincabima).
O diretor de meio ambiente da Fiep, Irineu Roveda Júnior, contou que mais de 70 reuniões já foram realizadas para debater os planos de logística reversa de resíduos nas indústrias. “Definimos 14 cadeias produtivas prioritárias, entre elas, a construção civil, indústria farmacêutica e de alimentos. Todas estão contratando a consultoria do Senai para mapear o tipo e volume dos resíduos gerados”, disse Roveda.

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