quinta-feira, 25 de julho de 2013

Temperaturas mais frias aumenta até 30% os casos de morte por infarto do miocárdio

  Em Arapongas, segundo dados da funerária Prever, em janeiro 26 idosos veio o óbito, no mês de  junho as mortes chegaram a 64.


Há pelo menos 50 anos, especialistas em todo o mundo observam o aumento da mortalidade por doença cardiovascular durante o inverno. Em Arapongas, segundo dados da Funerária Prever, em janeiro 26 idosos veio o óbito, no mês de  junho as mortes chegaram a 64.
Segundo o cardiologista Luiz Antonio Machado César, as temperaturas mais frias, com médias diárias abaixo de 14ºC, ocorre um aumento de até 30% nos casos de morte por infarto do miocárdio. O clima frio desencadeia também outras doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral, angina e arritmias cardíacas, que têm a poluição atmosférica como outro dos agentes responsáveis. Pessoas que apresentam colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, tabagistas e idosos são as mais vulneráveis. 
A exposição intensiva ao frio pode acarretar o aumento da pressão sanguínea, enquanto que os níveis de poluição afetam a variabilidade da frequência cardíaca, podendo causar arritmias.
“ Alguns pesquisadores atribuem esse efeito ao número de horas de sol, no inverno e no verão, porém as temperaturas elevadas também são responsáveis por alterações fisiológicas, como um aumento da viscosidade sanguínea pela desidratação e do débito cardíaco, levando à hipotensão e aumento do trabalho cardíaco” explica o médico.
Outro fator que merece atenção é a variação súbita da temperatura. Conhecido como choque térmico, a transição de um ambiente muito aquecido para um lugar mais frio pode desencadear alterações cardíacas.
A taxa de mortalidade em idosos durante o inverno sempre foi superior – cerca de 50% a mais – e, no verão, mais baixa do que nas outras estações do ano, independentemente da idade e sexo. Os mecanismos envolvidos nesse fenômeno não são ainda claramente entendidos, no entanto, diversos autores atribuem o aumento da mortalidade nos dias frios principalmente à redução das temperaturas”.
O cardiologista ainda ressalta também em seus estudos que são necessárias novas investigações para melhor compreensão do papel desempenhado pelo meio ambiente, especialmente de fatores como a temperatura e as infecções respiratórias, na gênese do infarto. Alguns mecanismos têm sido elucidados, como uma espécie de reação em cadeia. Por exemplo, com uma infecção, o nosso organismo fica em estado maior de inflamação e isto piora a inflamação das placas de aterosclerose, propiciando maior chance de haver rupturas e infarto do miocárdio. Tanto que, ao se vacinar contra a gripe no outono, reduz-se a taxa de infarto no inverno, especialmente nos idosos.

“Ao sentir o frio, os receptores nervosos da pele estimulam a liberação de adrenalina e noradrenalina, este último um hormônio responsável por contrair os vasos sanguíneos. Com o consequente estreitamento dos canais de circulação do sangue, embora não tão significativo, pode gerar rupturas de placas de gordura, no interior das artérias coronárias, que irrigam o coração. Neste processo, as proteínas e plaquetas do sangue são designadas para reverter o quadro, e isto aumenta as chances de formar coágulos. Eles que são responsáveis pelo entupimento das artérias e podem causar infarto do miocárdio”

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